O ser humano tem uma capacidade cognitiva única no mundo.
É ela que nos distingue dos outros animais, que nos faz perceber essa
distinção, que nos dota da capacidade de comunicação, que nos dá subsídios para
(tentar) entender o mundo. Mas como adquirimos essa inteligência? Como
desenvolvemos essa inteligência, que desde bebês nos faz distintos dos outros
animais?
É sabido que os primeiros anos de vida são fundamentais
no desenvolvimento do ser humano. Essa concepção iniciou cientificamente apenas
no começo do século XX, com os estudos da criança e do comportamento infantil.
Desde então, vem-se estabelecendo uma série de pesquisas sobre diferentes
aspectos da vida psíquica da criança, do seu desenvolvimento e da concepção de
inteligência (e da formação dessa inteligência) na criança.
Um importante teórico do desenvolvimento, Jean Piaget,
preocupou-se bastante com a questão de como o ser humano elabora seus
conhecimentos sobre a realidade, como acontecem os processos de pensamento.
Seus estudos trouxeram como consequência um avanço enorme do que hoje se
denomina psicologia do desenvolvimento.
Estágio Sensório-Motor (0-2 anos)
Desenvolvimento inicial das coordenações e relações de
ordem entre ações, início de diferenciação entre o próprio corpo e os objetos;
aos 18 meses, mais ou menos, constituição da função simbólica(capacidade de
representar um significado a partir de um significante). No estágio
sensório-motor o campo da inteligência aplica-se a situações e ações concretas.
Subestágios do estágio sensório-motor:
Subestágio 1(0-1 meses);
Subestágio 2(1-4 meses);
Subestágio 3(4-8 meses);
Subestágio 4(8-12 meses);
Subestágio 5(12-18 meses);
Subestágio 6(18-24 meses).
Período sensório Motor (0 até 2 anos)
O período do bebê é bastante complexo, pois nele ocorre à organização do seu
desenvolvimento nos aspectos perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social.
Começará, portanto, com uns poucos reflexos que irão aos poucos se
transformando em esquemas senso-motor.
Exemplos: Se você estimular um ponto qualquer na boca do bebê vai
desencadear automaticamente o reflexo da sucção; se colocar um dedo na palma da
sua mão ele vai segurar firmemente o seu dedo.
A emoção é o principal canal de interação do bebê com o adulto e com outras
crianças. A afetividade entre adulto e criança é caracterizada pelo toque,
mudança no tom de voz e expressões faciais que os adultos sempre fazem ao
tentar se comunicar com o bebê. Estas expressões vão se tornando cada vez mais
cheias de sentido para ele, constituindo um meio de aprendizagem. A partir daí
a criança imita outras pessoas e cria suas próprias reações: balança o corpo,
bate palmas, etc.
A criatividade
pode ser estimulada com objetos simples onde a criança tem oportunidade de
criar, inventar novas funções e utilidades desses objetos. Pedaços de papel,
pano, caixas vazias, canudos, palitos, barbante, cola, lápis, etc., são objetos
ricos para a criança poder externar sua capacidade de criação, de construção. Devem-se
evitar brinquedos muito estruturados, sofisticados que só podem representar
aquilo a que se destinam.
Os brinquedos mais adequados de acordo com as idades são:
De 0 a 2 anos: Explorar a percepção visual, através de móbiles grandes e
coloridos ao alcance da criança (pendurados no berço). Objetos que produzem
sons ao serem manipulados, com isso a percepção auditiva é estimulada.
Objetos de encaixe a partir de 1 ano. Nessa fase a criança sente satisfação em
colocar e tirar objetos de dentro de caixas, isso estimula a coordenação óculo-manual.
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