Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire (1921-1997).
Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire (1921-1997).
O que seria, portanto, a “educação bancária”?
Nada mais é do que um processo de aprendizagem no qual o aluno é apenas um sujeito passivo em sala de aula. O professor “deposita” o conhecimento no “banco” (a mente do aluno), que nada mais é o método que tradicionalmente era aplicado nas escolas. Era basicamente uma educação autoritária e na qual o conhecimento e a experiência de vida prévia do aluno (adulto ou criança) era ignorada.
Paulo Freire propõe uma educação que não seja dessa “educação bancária”, ou seja, uma educação que leve em consideração todo o conhecimento a priori do aluno (a priori no sentido anterior à sala de aula) na construção do conhecimento onde educador e educando aprende juntos, Platão, mais de 2000 anos antes, já havia insistido na importância de professor e aluno serem participantes ativos na geração de conhecimento. A Paideia platônica já condenava a “educação bancária”, típica de quem considera a mente da criança como tabula rasa (Aristóteles e John Locke).
Freire insiste na questão do professor adaptar suas aulas à realidade dos alunos, Não adianta o professor abordar assuntos alheios ao cotidiano de uma comunidade campesina, pois isso não irá despertar qualquer interesse por parte deles; ao contrário, poderá até causar-lhes repulsa pela educação. Nesta questão ele está completamente com a razão.Pedagogia do Oprimido abordar a educação, segundo ele, precisa ser “libertadora”, pois não pode reproduzir o autoritarismo que está presente em nossa sociedade. Mas o oprimido não pode ser “libertado” para depois assumir o papel de opressor invertendo, assim, o papel que a educação tem o papel de destruir. A educação tem a missão de despertar no aluno o questionamento da opressão do qual ele é vítima, seja social, racial, econômica, etc. Não é, de maneira alguma, a preparação para uma revolução armada futura, mas sim despertar no aluno o porquê da sociedade ser da maneira que é. Uma “revolução” deste tipo seria um erro, pois seria nada mais que reproduzir a opressão antiga.
A educação brasileira está aí para produzir mão de obra barata para o “mercado”. Os alunos, mesmos os mais pobres, querem é entrar no mercado de trabalho para serem consumidores o mais rápido possível. Grande parte dos professores nem mesmo está preocupado com isso.
Para um país como o nosso, o livro de Paulo Freire é uma referência quando se trata de educação.
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