É uma das pesquisadoras mais respeitadas
quando o tema é alfabetização. A Psicogênese da Língua Escrita, estudo
desenvolvido por ela e por Emilia Ferreiro no final dos anos 1970, trouxe novos
elementos para esclarecer o processo vivido pelo aluno que está aprendendo a
ler e a escrever. A pesquisa tirou a alfabetização do âmbito exclusivo da
pedagogia e a levou para a psicologia. "Mostramos que a aquisição das
habilidades de leitura e escrita depende muito menos dos métodos utilizados do
que da relação que a criança tem desde pequena com a cultura escrita",
afirma. Para ela, os recursos tecnológicos da informática estão proporcionando
novos aprendizados para quem inicia a escolarização, mas as práticas sociais,
cada vez mais individualistas, não ajudam a formar uma comunidade
alfabetizadora.
Nessa obra, as autoras criticam os métodos utilizados
para alfabetização e afirmam que há uma “verdadeira escrita inibida pelos
métodos tradicionais”, visto que estes utilizam a cópia como ferramenta
fundamental. “A verdadeira escrita (…) seria a escrita espontânea: aquela que
proporcionaria à criança pensar sobre as regras que constituem o sistema de
escrita” (Picolli; Camini, 2013).
Ferreiro e Teberosky sustentam que a grande maioria das
crianças com seis anos de idade sabe distinguir textos de desenhos. Aquelas
crianças que ainda “leem” desenhos e não letras são crianças que não têm
contato com a escrita em seus diversos materiais (Multieducação).
A alfabetização na perspectiva construtivista é concebida
como um processo de construção conceitual, contínuo, iniciado muito antes da
criança ir para escola, desenvolvendo-se simultaneamente dentro e fora da sala
de aula. Alfabetizar é construir conhecimento. Portanto, para ensinar a ler e
escrever faz-se necessário compreender que os/as alfabetizando/as terão que
lidar com dois processos paralelos: as características do sistema de escrita e
o uso funcional da linguagem.
Retirado
de :
http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com.br/2010/03/contribuicoes-teoricas-de-emilia.html
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